A sociedade pós-contemporânea é baseada como nenhuma outra
na história pelo poder da comunicação, não se trata de erudição comunicativa e sim
disponibilidade comunicativa ou velocidade comunicativa. Cabe exemplificar esse
fato em alguns níveis de aplicação:
As crianças de hoje questionam os pais em assuntos
absurdamente ilógicos, uma mãe não consegue evitar que uma criança ponha a mão
no fogo simplesmente por oralidade, tendo em vista que vários vídeos e
programas de televisão mostram crianças cozinhando, usando facas, fazendo
churrasco e etc. A boa palmada na mão é considerada crime, gritar com a criança
é assédio moral e por me castigo pode ser considerado tortura.
Na adolescência a coisa piora, o visível manifesto é a
antecipação da sexualidade. Eles exigem direitos individuas e respeito a sua privacidade, em alguns casos provocados pelas próprias ações totalmente irregulares. Meninos que mal ejaculam querem se afirmar como “garanhões
sexuais”, para este fim investe pesado em uma imagem de poder, fazem pose malandro, gestos, símbolos, mentiras, drogas. Meninas que
seguem um discurso errôneo de feminismo exacerbado querem romper com a estrutura
patriarcal, sem ao menos saber o que isso significa. Exibem seus corpos em
formação, seminus ou em nudez total.
O discurso do respeito à individualidade está destruindo a
sociedade, nossos jovens chegam à vida adulta com uma pobreza ou mesmo deficiência
intelectual. A família do século XXI adquiriu um formato plural, pais
divorciados estabelecem núcleos mono parentais, uniões não formais heterossexuais
homossexuais, em alguns casos multi-sexuais. Em decorrência disso levanto
alguns questionamentos:
Se os relacionamentos
afetivos estão fragmentados, em quanto tempo eles deixaram de existir?
Quais as conseqüências do afrouxamento das regras de comportamento?
Qual será estrutura
social da pós-contemporaneidade?
Eu não consigo responder essas questões, mas tenho uma
opinião sobre isso, não existe bandeira ou desejo de superação, apenas
narcisismo exacerbado com extrema pobreza intelectual. Nossa sociedade não
produz hoje com toda essa tecnologia a disposição, os pensadores do passado. Só
produzimos individualismo, perdeu-se a sensação de legado, de exemplo, só
restou à quantidade ao invés da qualidade. Quem faz primeiro vence a corrida da
vaidade, porque se comunicar com uma pessoa se posso me comunicar com 20, 30,
300 ao mesmo tempo? O que importa ter cinco amigos fies se tenho 500
seguidores? Não preciso conhecer a norma culta, só preciso conhecer os símbolos
das grandes redes de comunicação.
A
questão acima generalizada poderá ou não atingir essa juventude de hoje, mas
acreditem essa não é a intenção. A juventude de hoje não lê nada que tenha mais
de duas linhas, esse texto é destinado às pessoas que sentem a morte da
sociedade cada vez mais próxima.
Por Fábio Sáboia
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