Podemos identificar na História momentos específicos a
partir dos quais uma organização social passou a se comportar como uma organização
social planejada, em que se
empregava uma técnica na
política. A partir disso, observamos o funcionamento de instituições e a busca de uma ordem universal que
promovesse a paz. Isto se inicia com a civilização grega antiga, bastante
evidente no período de mais ou menos 800 anos a.c., no momento de desenvolvimento das polis gregas.
PÓLIS - As polis
nasceram por meio de comunidades gentílicas, que eram núcleos sociais e
econômicos, nos quais famílias que cuidavam da terra e de rebanhos apoiavam-se
mutuamente. Eram altamente influenciados pelo parentesco, e de início, eram
comandados por um líder comunitário denominado pater, responsável
pela justiça local, pela prestação de culto aos deuses e pela administração das
riquezas (pater familias).
Com a complexidade do crescimento dos genos,
o poder passou a pertencer ao um conselho
de anciãos, chamado de Gerusiai, que tinha suas decisões
aplicadas pelos dikastai
(juízes). Alguns genos enriqueceram, além de aumentarem
demograficamente, através do comércio e de criações de rebanhos de cavalos,
tendo uma vida urbana bastante incrementada, com fontes, diques, docas nos
portos, templos e teatros. Passaram a ter uma administração política em cidades-estado. Aquilo que compreendia
a cidade e o seu território era a polis.
Na parte alta do relevo do território em que estava
instalada a cidade ficavam as construções mais nobres dos gregos: os templos e
os palácios dos governantes. Essa interferência na paisagem já é um dado
importante para o historiador. O destaque dado pela altura projeta estes
edifícios como relevantes na cultura local, de modo que o culto aos deuses e a
administração pública serão também os pontos de destaque desta sociedade. Esta
região era denominada acrópole.
A área onde se concentravam feiras livres e mercados, banhos
públicos e alguns escritórios da burocracia administrativa da cidade era
chamada de ágora. Era uma área bem importante porque também
abrigava os tribunais populares e era vista como ligada ao exercício da
cidadania.
Na acrópole (um espaço cercado de muros) que faz oposição ao
povoado aberto (komê) que reúne os clãs patriarcais, as famílias lideradas pelo pater
famílias se desenvolveram a ponto de, com o tempo, os clãs familiares
se fundirem em fatrias, que são associações de várias famílias, as
quais, em momentos de perigo, reuniam-se para lutar, formando a phulaí.
Esta organização política nasceu do sedentarismo e sinecismo (processo
histórico pelo qual uma série de grupos ou populações, antes separados,
juntam-se formando uma Cidade-Estado).
ATENAS – A mais
importante pólis da Grécia, Os donos dos escravos e das terras eram conhecidos
como eupátridas, haviam nascido ali e faziam parte de uma
aristocracia local. Sendo descendentes dos fundadores, gozavam de privilégios
na sociedade.
Abaixo na escala social, os tetas ou clientes,
que viviam junto dos eupátridas, estavam submetidos ao poder deles e recebiam
proteção. Não possuíam propriedade e nem direitos políticos. Outros proprietários de terras, menos abastados, que
cultivavam por conta própria, eram conhecidos como georgoi,
juntamente com os demiurgos, comerciantes e artesãos também
nascidos em Atenas, constituíam as camadas médias da sociedade.
Haviam ainda os metecos, que eram originais de
outros locais, mas que viviam em Atenas trabalhando no comércio ou artesanato. Estes habitantes de Atenas testemunharam três importantes
formas de governo: a monarquia, a tirania e a democracia.
Segundo Aristóteles, os gregos passaram por três estágios de
formação:
- 1º estágio: organizados em famílias: a oikia. A liderança era do Patriarca.
- 2º estágio: organizados em aldeias: a kômê. A liderança era do rei.
- 3º estágio: A comunidade: a polis. A liderança era do governo democrático.
Segundo esse modelo de Aristóteles, a cidade grega só pôde
crescer a expensas da instituição familiar. Deste modo, a família, a cidade e o
indivíduo entrelaçam-se para formarem uma unidade de compreensão da civilização
grega.
Continua...
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